Vastidões de beleza intraduzível,
Fulgurações entre cósmicos flagelos,
Ideações de fúlgidos castelos
Onde mora a beleza indefinível.
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Ansiedades trágicas, supremas,
Na formação das grandes nebulosas...
Transubstanciações misteriosas
Gerando os organismos dos sistemas.
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Focos de potentíssima atração
As moléculas e átomos dispersos,
Nos elementos de elaboração
De grandiosos e lindos universos.
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Luminosas esteiras de cometas,
Formosos em elipses prolongadas,
Graciosas figuras de planetas
Emergindo das cósmicas camadas.
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Meteoros celestes, deslumbrantes,
Nas excelsas alturas transcendentes,
Onde vibram os sóis incandescentes,
Asteróides e estrelas fulgurantes.
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Intensidade bela de harmonia
Que agora sinto, vejo e que percebo,
Grandiosidades do que não concebo
Nos apogeus das hiperestesias.
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E, sobretudo, emanam das esferas
Os equilíbrios das imensidades,
O eterno canto de sublimidades,
Clarões de luzes nas atmosferas...
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Sobre todas as coisas assombrosas,
Fluídos e criações de pensamentos,
Todas as maravilhas e portentos,
Há uma luz entre as luzes mais radiosas.
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É o clarão poderoso, indestrutível,
Que vem das profundezas do passado
A luz de Deus, à força do incriado
Na exteriorização indescritível.
(Augusto dos Anjos, psicografia de Francisco Cândido Xavier em Lira Imortal)